Epicondilite Medial do Cotovelo: Causas, Sintomas e Tratamento com Ondas de Choque
A epicondilite medial do cotovelo, também conhecida como “cotovelo do golfista”, é uma condição dolorosa que afeta a região interna do cotovelo. A doença é caracterizada por uma inflamação da origem tendinosa comum dos músculos flexores do punho e dos dedos, próximos do epicôndilo medial. A seguir, são abordadas as causas, sintomas e tratamentos dessa condição.
Causas da Epicondilite Medial
A epicondilite medial é frequentemente associada ao uso excessivo ou repetitivo de movimentos que sobrecarregam os músculos flexores do antebraço. Tais movimentos podem ser realizados em atividades esportivas e musculação, mas também em tarefas cotidianas, como o levantamento de objetos pesados ou o uso prolongado do teclado e mouse. A lesão ocorre quando os tendões flexores comuns, principalmente o músculo flexor ulnar do carpo, são submetidos a um estresse constante, resultando em microtraumas que não são adequadamente reparados, levando à inflamação e dor.
Sintomas da Epicondilite Medial
Os sintomas da epicondilite medial podem variar, mas geralmente incluem:
- Dor na parte interna do cotovelo, que pode irradiar para o antebraço;
- Sensibilidade ao toque na região medial do cotovelo;
- Dificuldade para realizar movimentos simples, como segurar objetos ou realizar movimentos de flexão e extensão do punho;
- Inchaço leve ou sensação de rigidez no cotovelo;
- Agravamento da dor ao realizar atividades repetitivas ou quando o cotovelo é pressionado.
Com o tempo, se não tratada, a condição pode levar à perda de força e funcionalidade do braço afetado.
Tratamento da Epicondilite Medial
O tratamento da epicondilite medial visa reduzir a inflamação, aliviar a dor e promover a cicatrização dos tendões. Diversas abordagens podem ser adotadas, sendo que o tratamento conservador é geralmente o primeiro passo. Algumas das opções mais comuns incluem:
1. Repouso, Modificação de Atividades e Imobilização
A primeira recomendação é a diminuição ou interrupção das atividades que exacerbam os sintomas. O repouso permite que os tendões afetados tenham tempo para se recuperar. Pode ser necessário o uso de imobilizadores como braces no antebraço ou tala no punho.
2. Fisioterapia
A fisioterapia desempenha um papel essencial no tratamento, com foco na reabilitação muscular e no fortalecimento dos tendões. Técnicas como alongamentos e exercícios de fortalecimento dos músculos flexores podem ser aplicadas.
3. Medicamentos Anti-inflamatórios
Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são comumente utilizados para aliviar a dor e a inflamação associada à epicondilite medial.
4. Infiltração guiada por ultrassom
Como forma de produzir um alívio mais rápido das dores, a infiltração dos tendões flexores com corticoide ou ácido hialurônico pode ser realizada e o uso concomitante do ultrassom aumenta a precisão do procedimento.
5. Ondas de Choque
A terapia por ondas de choque tem se mostrado uma das opções mais eficazes no tratamento da epicondilite medial. Este método utiliza ondas acústicas de alta energia que são direcionadas para a área afetada, promovendo uma série de efeitos benéficos, como:
- Estímulo da regeneração tecidual: As ondas de choque promovem o aumento da circulação sanguínea, o que acelera o processo de cura dos tendões danificados.
- Redução da dor: O tratamento é eficaz na diminuição das substâncias inflamatórias no local da lesão, o que resulta em alívio da dor.
- Estimulação da produção de colágeno: O estímulo do colágeno melhora a qualidade do tecido tendinoso, acelerando o processo de cicatrização.
- Recuperação mais rápida: Com a terapia de ondas de choque, muitos pacientes experimentam alívio significativo dos sintomas em poucas sessões, evitando a necessidade de intervenções cirúrgicas.
A terapia por ondas de choque é uma opção não invasiva, que não requer cirurgia e apresenta baixa taxa de complicações. Geralmente, de 3 a 5 sessões são suficientes para obter resultados satisfatórios.
5. Tratamentos Cirúrgicos
Nos casos mais graves, onde o tratamento conservador não traz alívio, a cirurgia pode ser considerada. A cirurgia visa remover as áreas danificadas do tendão e promover a cura do tecido afetado. No entanto, a cirurgia é reservada para situações em que outros tratamentos falharam.
Conclusão
A epicondilite medial do cotovelo é uma condição tratável, especialmente quando diagnosticada precocemente. A adoção de terapias como as ondas de choque tem mostrado excelentes resultados no alívio da dor e na recuperação dos tendões afetados. Para um tratamento eficaz, é fundamental buscar orientação médica especializada e seguir um plano terapêutico individualizado.
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Referências
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