Artropatia do Manguito Rotador
Causas da Artropatia do Manguito Rotador
A artropatia do manguito rotador é desencadeada, principalmente, por lesões crônicas e irreparáveis no manguito rotador que foram negligenciadas. Assim, essas lesões resultam na perda progressiva da funcionalidade e qualidade dos tendões, levando à instabilidade articular. Além disso, fatores como predisposição genética, tabagismo e atividades laborais que exigem movimentos repetitivos dos ombros podem agravar o quadro.
Biomecânica
A biomecânica da artropatia do manguito rotador está diretamente relacionada à perda do equilíbrio entre os músculos do ombro, visto que quando os tendões do manguito rotador estão cronicamente retraídos ao nível da glenoide, ocorre um deslocamento superior da cabeça do úmero. Por consequência, esse deslocamento resulta em aumento do desgaste na articulação glenoumeral e na diminuição da amplitude de movimento. Por conseguinte, a ausência de suporte muscular adequado acarreta sobrecarga mecânica, que intensifica a degradação cartilaginosa.
Exame Físico
Realiza-se o exame físico com o objetivo de identificar sinais clínicos específicos da artropatia do manguito rotador. Durante a avaliação, observa-se limitação nos movimentos de elevação (pseudoparesia) e rotação externa do ombro (cancelas de rotação com o ombro abduzido e junto do tronco). Também pode ser percebido atrofias das fossas supra-espinhal e infra-espinhal.
Diagnóstico
O diagnóstico da artropatia do manguito rotador é confirmado por exames de imagem. Inicialmente, utilizam-se radiografias para identificar alterações estruturais, como o estreitamento do espaço articular e a presença de osteófitos. No entanto, para uma análise mais detalhada dos tecidos moles, recomenda-se frequentemente a ressonância magnética, que permite avaliar tanto o grau de retração dos tendões quanto a qualidade da musculatura. Casos mais crônicos apresentam maior grau de infiltração gordurosa, o que pode ser identificado com precisão por esse exame.
Tratamentos para Artropatia do Manguito Rotador
Tratamentos Conservadores
Nas fases iniciais, prioriza-se o manejo conservador da artropatia do manguito rotador. A fisioterapia desempenha um papel essencial, visando melhorar a mobilidade e fortalecer a musculatura do ombro. Além disso, o uso de anti-inflamatórios é indicado para aliviar a dor e controlar a inflamação. Essa abordagem tem mostrado eficácia em casos leves ou moderados, especialmente quando o paciente responde favoravelmente aos exercícios de reabilitação propostos.
Bloqueios de Nervos Periféricos
Entre as abordagens minimamente invasivas, os bloqueios de nervos periféricos destacam-se como uma opção promissora. Esses procedimentos consistem na administração de anestésicos locais ou corticosteroides próximos às estruturas nervosas que inervam o ombro, como o nervo supraescapular, por exemplo. Por consequência, ocorre a interrupção da transmissão de sinais dolorosos para o sistema nervoso central proporciona alívio imediato e duradouro da dor. Além disso, os bloqueios melhoram a tolerância do paciente à fisioterapia, facilitando a reabilitação articular.
Tratamentos Cirúrgicos
Uma vez que os tratamentos conservadores e os bloqueios não apresentam resultados satisfatórios, a intervenção cirúrgica torna-se necessária. De fato, a artroplastia reversa do ombro é a opção mais comumente indicada em casos de lesões irreparáveis do manguito rotador associadas à artropatia grave, uma vez que procedimento permite restaurar a funcionalidade do ombro ao modificar a biomecânica articular, utilizando o deltoide como principal músculo motor.
Em suma, a escolha do tratamento deve ser individualizada, considerando fatores como idade, nível de atividade física e estado geral de saúde do paciente.
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Referências
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